Que sei de mim é tarde que chove
        E padeço carente desta dôr rúnica
        As lágrimas da chuva nem resfriam
        E o pouco calor meu se esvai nela...

        Calo-me num silêncio desta entrega
        Decaído do necessitar amar valente
        E nos pingos alheios rezo quietinho
        Mas sou dono deste desolar castigo

        Sou o herói da vida e certo campeão  
        Numa valentia do dia evitei desastre
        E noutras horas fui o juiz, o executor
        Afogo as mágioas agora que penso!

        Sozinho em meu canto ou rencanto
        Neblinas desoladoras me consomem
        Perdidamente envolto nesta dúvida
        Se sou o homem necessário na vida   

        Os vilões se foram e pressinto vidas
        Por ora sou celeste farsa das coisas
        Imerso no oceano de gotas sumidas
        A sós entre pensar agir ou reflexões

        E este mar de água insolvente tarde
        Faz esfriar o ímpeto dessa alvorada
        O cidadão molhado ou predestinado
        O herói castiço após doces dilúvios...
Francisco Carlos Amado o pai de Avatares
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 26/08/2015
Reeditado em 26/08/2015
Código do texto: T5359912
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