Monólogo

O olhar refletido no espelho indagou aflito:

O que há, o que se passa, tem algo errado?

Te sinto diferente, um calar que parece grito,

Talvez seja impressão, só teu olhar cansado...

Ontem, posso estar enganado, havia um brilho,

Até o sorriso que me ofertava era tão radiante;

Hoje se faz amarelo, olhar perdido, sem trilho,

Sem rumo, impreciso, um ser assim, conflitante...

Quem dera seja apenas uma sombra que ofusca,

E teu colorido, não esteja a se apagar, impressão;

Somente seja isso, e nada realmente te preocupa,

Sombras que escondem teu olhar, breve escuridão...

Mas enfim, quero dizer que vai passar, tudo passa,

Alguém já deve ter dito isso, e se estiver tudo bem;

Quero dizer, estou aqui, toda vez que voltar pra casa,

Conte comigo, conto contigo, meu nome, tua graça...