Não sei mais brincar de futuro...
Cresci! Agora não sei mais brincar de futuro.
Arruinei em mim aquele olhar de guri.
Não pronuncio mais as palavras
como os anjos- bebês pronunciam...
Deixei de ser sempre o “engraçadinho”,
não sou o melhor amigo de ninguém,
não tenho mais brinquedos,
não faço mais brincadeiras!
Agora brinco apenas com a minha mente,
não sei mais brincar de futuro,
só sei e posso brincar de recordar,
nem de esperança sei mais falar...
Toda a minha vida se resume
nesses retratos dependurados,
aquele prego sustenta quase
toda a minha história!
Eu que gostava tanto de primavera,
que sei que a saudade não
devolve minha meninice,
Nesta viagem da vida
estou em treinagem da volta.
Agora é despedida, agora
é viagem somente de ida...
Agora bailo com a solidão!