Imperfeição

È tão bom não ser perfeito!

Não ter compromisso com o correto.

Sujar as ruas, gritar ao mundo.

Ser abjeto, ser imundo.

Perder-se em desenganos.

Distorcer favores ocultos.

Vir à tona e não se submeter.

Não se amordaçar no frio,

Não se comover com o verão.

Mastigar mentiras e promessas.

As cuspir sem nojo ao chão.

Ao receber na face um golpe

Devolvê-lo sem nenhum pudor.

Viva o amor!

Aos escrúpulos humanos

Ofereço meus pecados.

Meus pecados mortais,

Pecados fatais,

Doces pecados capitais,

Mas são só meus,

Os meus pecados.

Respinga em mim gotas do veneno,

Que cai dos dentes dos fortes.

Meu escudo me protege.

Minhas mãos me acariciam.

Tuas mentiras me aliciam.

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 20/06/2007
Código do texto: T534840
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