POEMA DE TODAS AS PUNGÊNCIAS



Dores de inúteis penas...
Dores de mortes inúteis...
Inúteis, precárias posses
ou algo que se lhes assemelhe...
sem pecúlios, só feridas...
cicatrizes que a um toque
põem-se a sangrar de novo...

 
E parece que tudo imóvel
aqui, além, algures...
e que tudo eternamente...
em mundo que só perece...

E eu, a pedir perdão
de crimes dos quais não lembro...
Eu... vítima de mim...
a maior sempre... a maior... sempre...
porque teve que ser assim...

Por que tem que ser assim
ad aeternum...

Ad aeternum?

Que eu me engane...

Que eu me engane...

Amém!