O Olho
No coração da alma enegrecida,
Habita uma ave de olho negro.
De asas feitas de sombras frias,
Gotejando lágrimas de dor ferrenha.
És belo, és perverso, és dor...
Assim é meu olho frio de vidro.
Sem brilho, sem alma, sem amor.
Assim sozinho a tudo assisto.
É na escuridão que as minhas asas,
Negras e mortíferas como a noite,
Vem acalentar minha eterna vigília.
Com o meu sombrio olho a pulsar.
E a cada dança das sombras,
Estático no frio eu permaneço.
Tudo e todos que vejo morrem.
E na minha solidão eu permaneço.