Sobre Portas e Um Corredor
eu moro em mim
e sou tão pequena.
e ainda acumulo várias portas.
um desastre e sou corre(dor)
e lá fora
vou teimando e ensolarando
um jardinzinho de flor.
algumas portas
eu abro todos os dias:
umas gritam
outras, risadinhas de crianças
noutras sou eu
teimando em tentar ficar.
hoje eu acordei abrindo janelas.
corri o corre(dor) inteiro
pus roupinhas leves
e abri as tantas portas
e calei os tantos gritos
com beijos e perdões
que eu quero dar(me).
e a luz do sol que vem do azul
adentrou as janelas e o corredor.
mão amorosa e colo de seca-lagriminhas
e abraço nas risadinhas
das crianças todas as três.
todos os dias, então, abrirei
portas e janelas de mim.
e vestirei a jardineira leve
e acariciarei com chuva de beijo
com brisa de perdão
com a luz do sol que vem do azul
o jardim teimosinho de mim.
e quero ser digna à flor.
(todas as flores são dignas)
e ao olhar cândido teu.
maior amor que não desiste(me)
ensolara(me) a alma.
amor maior meu...
eu sou tua
e tu és meu.
Karla Mello
13 de Julho de 2015