( O homem invisível )
Frio, insólito, um quadro na parede da sala. A solidão conversa comigo, depois diz tô cansada, vira pro lado e vai dormir. Sou matuto e sábio, criando palavras inglórias, sem histórias notórias, sem poder substituir o incapaz da realidade conservatória. Vou observando quantos laços de um trabalho podem fazer numa hora da vida mágica, que parece a distância de uma música clássica.
Vou fazendo história, sem rumo, sem ter volta, como uma luminária a queimar, fazendo a chama que se ascende, uma lareira que esquenta uma alma tão fria, que se esconde debaixo da volta recôncova do planeta terra.
Preciso olhar pro lado, mas ando de cabeça pra baixo, onde a tristeza me chama de barato, me fazendo desenhado, com pincel de quatro cerdas, me pintando, sem cor e sem brilho, me tornando talvez o homem invisível, onde todos passam e poucos me vêem.
Só o poder dos olhos que me enxergam podem me ver. Estou perto e distante, procurando qual buraco negro do universo eu Me escondi.