Dó, ré, mi, fá, Solidão...
Foge das mãos o pensamento e voa,
Livre, além da fronteiras dos sonhos;
No limite da realidade, então pousa,
E assim, inspiração se faz, exponho...
Palavras, sentimentos, e instantes,
E a vida vai moldando, congelando;
Imagens ternas, presas na estante,
Sorrisos que o tempo vai apagando.
E o olhar, a matéria não reconhece,
Não se vê mais, brilhos de outrora;
O tempo veio cruel, tudo envelhece,
Perderam-se os rumos dessa história.
A roupa e o sapato puído, e esse pó,
Vão compondo um cenário tão triste;
Talvez senão existisse, silêncio, e dó,
Seria leve, mas solidão ainda insiste.
E as notas vertem tristes, entre o Fá,
E um Mi, há um Dó de mim e de ti;
E pousa aqui, palavras, e pousa Lá,
Sol, Ré, entre noites e dias, um Si.