Solidão em macaréus...
Vai e vem, doidamente e docemente
ao amôr que disse não ao pesadelo
Foste vindo e não bem-vindo, tesão
e te queria por aqui, a vencer temor
E me deste o salário o seu desprezo
com afã de afirmar que tem coração
Sou a dama da sala que não vê teto
e que jamais sente as paredes nuas
Me deixaste ao desamparo chorando
e eu bati ao peito com raiva de você!
Vem o oceano de sua angústia firme
ou me deste nacos de mil esperanças
A maré em seguida sobe e eu sonho
ou livre entre escolhos fico desiludida
As ondas que seguem são o deslizar
desse mar-oceânico que me machuca
Deste raiar do Sol, não serei teu litoral
e acostumo o olhar pra te ver sorrir...
O meu amôr agora finito se desmonta
A nau de sua invalidez trafega o vazio
Tonta te desejei, e tonta o questionei
nenhuma resposta pelo justo coração
Sou a sozinha, a deixada ao naufrágio
agora te peço que não veja minha dôr!
Um mundo de desatinos ou estarei só
e prefiro que fique longe dos sonhos!