Choro do Setembro que vier...
Eu amei, perdi, desisti, e sou assim
Uma que espera e demite soluções
a mesma que deserta está perdida
Sou amor, nunca amei doces côres
De flôr era um meu antigo desamor
e coloridos modos me machucaram
Na dôr padeci desta palavra querida
Fui a desejada e esquecida estátua
a ousei a maravilha de amar errado
Minha vida solitária é este desterrar
A fome que alimenta a esperar viver
sendo eu a culpada por ser faminta
Chorei ao canto, orando semideuses
Aventura perdida dessa calada flama
a mesma que queima na morte lívida
Minhas lágrimas tristes estão usadas
As falências de existir são corruptas
e sinto na carne a esperança exilada
Sozinha, liberta sem destino, desejei
O tudo que completa e o nada triste
e afinal sou a lápide fria, frágil, muda
ninguém ousa rezar por minha sina...