Versos inaudíveis
Todas as noite eu procuro,
divisando um horizonte sem respostas,
atado a questões insolúveis,
pronunciando versos inaudíveis,
buscando esperanças sem fé,
esvaindo-me em tristezas solitárias...
Ando em círculos concêntricos,
desenho ângulos contraditórios,
grito no terraço de um prédio condenado,
estou cada vez mais distante de todos,
tentando seguir algum rastro,
traçando um caminho de volta ao meu eu...
Olho para um céu sem estrelas,
ouço as vozes na minha mente,
fecho as janelas contra o vento,
não quero sentir seu perfume,
não quero seu espectro me assombrando,
quero livrar-me dessa insanidade...
Preciso esquecer o que não mais existe,
viver na amnésia de mim mesmo,
ter um vazio saudável de sensações,
parar as lágrimas rolando como correntezas,
evitar cortar meus pulsos em cada vidraça estilhaçada,
não mais vestir-me com um manto de lógica no caos...