Do Interminável Eu

lavo o rosto

e a alma lama

minha

nas águas límpidas

de amor

tuas.

onde mergulho eu

sem fim

e dispo-me eu

de mim.

quero morrer

confusa de mim.

certa de ti.

numa construção

de mim

- ausência da exaustão -

onde o último tijolo

é lápide.

e manter a sede.

e saciá-la

na chuvinha branda

que cai do teu céu:

banha-me

a palavra tua.

viver é finito.

existir transcende:

interminável eu.

tua eu sou.

Karla Mello

16 de Junho de 2015

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 16/06/2015
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