Embaixo das vergonhas, ainda escrevo os versos soltos



Sim, SIM, os versos que me desencantam, tomam meu siso ou eu sorrio!

Um chamado de meu grito solitária, louca veterana do desperdício amante!

E falo de amôr entre guerras pacíficas e uma esperança armada pela paz

Sou maluca transitória, embestada na História dos homens tão monstros!

Esquecida das paixões, a desumana cria dum desatino de mil terremotos!

Pérfida irmã do sonho, do sonhar ilustre, entre sábios e temores vossos!

Caminho rindo, pés entre trincheiras com mortos ou cidades desumanas!

Minhas palavras de maluca, desvios violados da mente, necessitam amar...

O conluio de meu desdizer, entre terra e céus supostos, engendra deuses

Todos que abaixo morrem insepultos, conhecem a minha voz aveludada...

Minha vida sendo tua e de todos, de vivos e relaxados fantasmas, canta!

Elevo a voz para divindades ôcas e de muda compleição ou sou aventura

Não tenho filhos por não saber ser mãe, donzela enferrujada num museu

Sonho e devaneio, mas as palavras que ferem pouco, saem de meu orar

Deixo a ti, neste frio temeroso, neste Verão não vindo, a palavra delírio

A fantasia de mulher, jamais amada, querendo bradar que sofreu exilada...

Só e amante de vazios, perdida imensa, entre multidões sem compaixão!

Passeio ao lado, e te vejo pálido, me ouve de mim o que agora declamei...

Assustado tu correrás, distará de mim ao horizonte álibi, o eu sem você!

Nunca sinta o vento, mas corra, pois a insana prima declama-te covarde!