A noite!

 

A noite vem sorrateira

Me pega desprevenida,

Pelo cansaço, vencida,

Em orgia derradeira!

 

É quando eu fico acordada

Em meio aos desencantos

Buscando em todos os cantos

Em ilusões mergulhada.

 

Teço uma teia de sonhos

Meu corpo inteiro desnudo.

Na noite o silêncio mudo

Do pesadelo medonho!

 

De que tu não apareças

Em meu deleite noturno.

E meu coração soturno

Teme que tu me esqueças!

 

Porém, quando chega o dia

Vejo-me assaz enlevada.

Esperando a madrugada

A me trazer nova utopia!

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