METAMORFOSE

Sem perceber, foi encolhendo

seu braço, seu abraço, suas mãos

que outrora entregavam,

mais que o brilho do sol,

o gosto da alvorada.

Foi perdendo pouco a pouco,

o sentimento de ser livre,

o gosto de escolher caminhos.

E guardou, não sei onde,

talvez nas entranhas

onde intocável

o que fora flor e fruto e canção;

guardou até a voz do seu violão

e foi deixando que a ferrugem

fosse comendo devagar

o que fora na alma

tanto pássaro, tanta festa

e comunhão.

(Oneida Resende)

Oneida Resende
Enviado por Oneida Resende em 28/05/2015
Código do texto: T5257672
Classificação de conteúdo: seguro