Porto solidão...!
Um silêncio no céu...
Parece que não existe
Mundo... Muito longe
Um único pássaro canta
Perdido no horizonte azul.
Não sei se cotovia ou juriti.
Da sacada da varanda
Contemplo onde estás?
Estás de mim tão distante
Hoje não foi como ontem.
Meus olhos mapeiam
O que buscar, qual direção...
O sol não pode guiar-me;
Já brilha intensamente
O vento se recusa a me beijar.
Será que tem um amanhã
Para mim? Mas por ti
Vou lutar vou caminhar...
Minhas pernas ainda se movem
Sei que neste imenso azul,
Lá muito além tem alguém
Que outrora morreu por mim.
Certamente não gosta de ver-me
Tão triste assim: assim,
Sem o brilho dos meus olhos
Já s’ secaram as lágrimas
Caíram como chuvas torrenciais
Em dias temporais.
Sem sorrir marca de mim
Meu pulsar perdeu o compasso
Nem chora nem sorri: minh’alma
Onde tu estás? De contínua solidão
Não encontra chão... Vive à deriva
Como barco sem norte em alto mar
Preste a naufragar...
Não, eu não vou naufragar.
Dá-me asas Jesus para voar...
Voar, Tu me conheces me justifica.
Estende tuas mãos para mim
Enche-me do teu favor misericórdia
Eu sou um adorador eis me aqui!
Quero que me perdoe...
Enche meu coração de alegria
De vestes novas de louvor
Trazes a existência o que não mais existe.
Tira-me deste porto. Porto solidão...!