Chuva ácida

Como estas nuvens pesadas

vou me pesando, cansada,

como um peso chumbo

nas minhas costas,

que vem e que vai,

mas nunca vai embora.

Só vem e pesa

minha menta já há muito velha

e torta.

Esse corpo já gasto,

e um amor que já nem possui lados

é só um amor desgastado – pelo mundo –

cheio de faces e fases

das mais leves às mais pesadas

- em mim só vejo a face cansada,

o lado imundo.

Ah! Que a chuva me caia torrencial

levando essa imundice que carrego.

Trapos novos, trapos velhos,

de trapo em trapo toneladas peso...

E que meus olhos castanhos

já não mais sejam cinzas,

que jazem em um céu distante,

como chuva ácida chovendo na face minha.

Continuo, mesmo que pesada,

cansada, em busca de alguma

e qualquer leveza.

Enquanto isso vou colecionando

trapos, toneladas de peso,

chorando chuva ácida

que cai sobre a minha mesa.

Larissa Maciel
Enviado por Larissa Maciel em 20/05/2015
Código do texto: T5248603
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.