Solitário
Ainda ecoa os passos que não vieram,
E sonhos não vividos, ainda dormem;
Pelo momento certo, então esperam,
Encontro perfeito, que tem um nome.
Amor! Sentimento inexplicável e forte,
Que não nos deve nada, não há sorte;
Há cumplicidade velada, e belo porte,
Saudade ferindo, rogando que suporte.
Sobre o móvel um porta-retrato vazio,
Ao lado, vaso solitário, sem flor, opaco;
Vidro jateado, só mais um objeto frio,
Em pouco tempo, serão apenas cacos.
Feito a vida, nos reunindo em pedaços,
Nessa falta tão grande de certo abraço;
Vai passando, sobrando tantos espaços,
Vai sumindo, no tempo que não te acho.