Alma suspensa
Às vezes eu me sinto assim...
Velho banco de madeira
Úmido de lagrimas orvalhadas
De arvores desfolhadas
Outonizadas e solitárias
Às vezes os caminhos que contemplo
São feitos de poeira e vento
De gramas pendidas
Em estágio de lamento
Retorcidas ao sabor dos vórtices voláteis da brisa
Que gelam-me as arestas.
Lembro-me em tempos que fui viva
Fui arvore frutífera, sombrosa
Tinha seiva, tinha sede...
Primaveril tinha a alma em festa...
Hoje, contemplo o tempo que passa.
E me sinto assim...
Sem ponto de partida
Sem ponto de chegada
Parada no meio do nada