Lugar desabitado

Abri os olhos e lhe procurei,

por onde andas sem dar-me notícias?

Porque deixastes esse vazio?

Viramos estranhos como noite e dia,

sem jamais nos tocarmos,

nem mesmo seus sonhos ocupo,

fugistes das minhas memórias,

tudo desabou sobre nossa história,

não há mais esperanças a conservar...

Caminho agora em busca de um farol,

uma luz que me aponte um caminho,

tentando sobreviver sem sentimentos,

com o coração furtado em suas funções,

transito em trânse quase como um zumbi,

um homem desolado na solidão de si mesmo,

Por que deixei de ser aquele de quem precisavas com ardor?

Por que nossas mãos soltaram-se no giro da vida?

Não há respostas para os silêncios aos quais dirijo meus gritos,

só há um lugar desabitado encerrando tudo o que um dia significou algo...