Purgatório

Purgatório

Em murmúrios a orar incautamente

Sob influência de espíritos nefastos

Vestes virginais e costumes castos

Oh! Pureza a decair imprudentemente

Encontra-se agora em vales sombrios

Arvores nodosas de vasta vegetação

Terra lamacenta, ar cheio de podridão

À frente, depara-se com ser alvadio

Em cântico quase inaudível

Sussurra suas lamúrias tortuosas

Corre então a virgem temerosa

Adentrando terreno desprezível

Aos tropeços, a dama cauta cai

Joelhos em sangue e lama, chora

Soluções intermináveis, ir embora

Enquanto sua fé aos poucos esvai

Já desesperada, de pureza maculada

Incapaz de continuar sua trajetória

A felicidade some de sua memória

A dor ficou em si perpetuada

Continua então por impiedoso labirinto

A cada passo, uma nova chaga

A cada palavra, uma nova praga

Caminha lado a lado com medo e instinto

Hoje, Oh! Pura virgem atormentada

Deve caminhar sofregamente solitária

E ascender das trevas imaginárias

E padecer sob as terras encantadas

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 21/04/2015
Código do texto: T5214725
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.