Sob a Pele

Há uma besta rangendo os dentes

Se debatendo contra as correntes

Batendo a cabeça nas paredes

Embaixo da minha pele

A prisão estremece com seus urros

De tantos repetidos murros

Meus ossos estalam

Um lago profundo onde um monstro se esconde

Um jardim encantado onde uma serpente espreita

Incógnita entre as flores e os frutos

Um santuário exterior

Uma ruína interna

Secreto aos olhos de estranhos

Aprisionado comigo a tantos anos

Me deparei conversando com este ser

Que já não sei mais quem somos

Me escondo na luz por me sentir mais seguro

Ou nas trevas por preferir o oculto?

Sou eu quem guardo as chaves da masmorra

Ou é ele que me faz refém sem eu me dar conta?

Sem saber as repostas seguimos juntos

Siameses, inimigos, cúmplices

Para o túmulo

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 13/04/2015
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