O Fundo do Poço
Milton Pires
Cheguei no fundo do poço
logo eu, pobre coitado que
digo sem um cuidado “eu
estou com pena de mim”
Desperto n'alma dos outros
a coisa de “compaixão” que
corda feita de tempo, lugar
não ocupa no espaço...não
cai de nenhuma mão.
Da pena fujo me afasto não
sendo o próprio carrasco, a
corda brilha no espaço e há
luz na escuridão
Do poço escapo de novo pra
trás eu olho e não vejo que a
corda lançada foi ato
De Deus na Solidão..
Porto Alegre, abril de 2015.
*para meu pai e por causa de Taquari em 1972.