Vazio do Completo
A solidão me invade, toma meu sono e me seca.
Como não sentir o vazio das coisas preenchidas?
O oco na completude.
Neste é possível ouvir o eco de vozes distantes de quem um dia fui e de quem quis ser.
Os olhos secos que fitam um teto pálido relembram momentos anteriores
Outro céu de gesso limitando as estrelas e a infinitude.
Outra corda na garganta fechando um nó que bloqueia o desabar de olhos nas lágrimas.
Quem dera poder olhar a escuridão e sentir-se parte dela.
Parte de mim é aquilo que não é. Aquilo que não se tornou; o que não será.
Assisto ao nada envelhecendo junto ao meu corpo. Sem fugas.
Como se fôssemos um só.
E talvez seja mesmo assim.
Um grito mudo que esbraveja das minhas mãos em letras
É a voz do silêncio das gotas que passeiam pelo meu rosto.