Vazio do Completo

A solidão me invade, toma meu sono e me seca.

Como não sentir o vazio das coisas preenchidas?

O oco na completude.

Neste é possível ouvir o eco de vozes distantes de quem um dia fui e de quem quis ser.

Os olhos secos que fitam um teto pálido relembram momentos anteriores

Outro céu de gesso limitando as estrelas e a infinitude.

Outra corda na garganta fechando um nó que bloqueia o desabar de olhos nas lágrimas.

Quem dera poder olhar a escuridão e sentir-se parte dela.

Parte de mim é aquilo que não é. Aquilo que não se tornou; o que não será.

Assisto ao nada envelhecendo junto ao meu corpo. Sem fugas.

Como se fôssemos um só.

E talvez seja mesmo assim.

Um grito mudo que esbraveja das minhas mãos em letras

É a voz do silêncio das gotas que passeiam pelo meu rosto.

Samilly Sampaio
Enviado por Samilly Sampaio em 01/04/2015
Código do texto: T5191690
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