Tempo de urdir teias neuróticas...



Espantada e má servida, é a estética de querer alguém menos farsante

Um querer entre padrões de amôr inócuos, inexistentes ou mal queridos

Imolada é a alma que cede a vontade e que nunca amou, desejou, flertou

O desafio do existir compõe cenários e o meu teatro encanta maus atores

Um rochedo me isola, um castelo me contorna, um muro castiga suspiros

Sou a que está fria, quente, como quiserdes, embora um mundo desabe

A imensa e solitária caverna de meu antepassados não teve um povoado

Sou a única habitante, duas se contar o sonho sólido, temperança frágil!

Minha arte sou eu mesma, e museus são os meus diários, estou sombria

Um outro que desejou agora é recordação como pedra feita por medusa

Em meu silêncio, o nada que ri, os aspectos de minha escrita ou sorrisos

Espero, esperança vã, o quinhão revoltado e que me destronará virtudes

E a rainha que pretérito esvai, tem no nome a sílaba e o verbo e sou ela!

Choro a sós, no rochedo sem vento, a revelar as nuvens insólitas larvas

O que mais incomoda é o silenciar do eco, a vida sem Sol, ocasos ermos

Meus seios esquálidos aperta-se em conluio coração numa frase calada

Partes de mim, sendo corpo e alma, em desafio rebelam-se desvalidos...

As dívidas de meu tempo esquecido há muito gelaram um amôr traído...

 minha magia
                                                               o meu lápis
                                                                        e sozinha!

                                                         
 
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 25/03/2015
Reeditado em 25/03/2015
Código do texto: T5183351
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