Vagante
Vagante
De aparência dolorosamente cansada
Mas com olhos felinos acusadores
Esconde atrás de um sorriso suas dores
As incontáveis quedas desta jornada
Bate assim em seu peito arfante
O apreço pelas chagas conquistadas
Em versos suas histórias registradas
Lágrimas correm pela face triunfante
Soluços... Engasga ao seu pronunciar
Sentiu-se só por tempos indizíveis
Pedinte invisível em épocas terríveis
Somente com sua pena como lar
Esboça um lépido sorriso atrevido
Pensamentos aleatórios projetados
Tentando reunir seu ser estilhaçado
E seu espírito há muito perdido
Por fim, sob a aurora acolhedora
Verte tinta em linhas confusas
Olha a vida e novamente a recusa
Põe-se a vagar alma sofredora
Eduardo Benetti