Silêncio Trancado
Entro, bato a porta
Tranco e silencio.
Mundo vazio.
Mágico instante de certeza:
Não acesso mais a beleza.
Só vejo o turvo
E no álcool me curo
Mais um gole de whisky
Desce quente, macio.
Me aquece e me delicio...
Suave gota escorre
Cheiro nobre
Cheiro coca
Me vejo no espelho
Não me conheço
Me desconheço
E rio
Rio em fúria
Giro em torno do meu eixo
Que eixo?
Grito em meu peito
Que peito?
Soco à mim para sentir dor
Esmurro móveis, paredes
Quebro tudo ao meu redor
Miro a Janela
Sinto o vento
E o chão
Depois a vela.
(Marcelo Catunda 13/03/2015)