ENCONTRO COM A SOLIDÃO!
Carmen Cristal
O que poderá doer mais?!...
O tempo que somou e chegou com dores,
Ou os diferentes amores que se foram,
Deixando sob meus ombros cansados,
O peso insuportável da solidão?
Esquecimento, a falta de memória,
Ou talvez, quem sabe, não fostes nada!
Sombra desnecessária ao longo da estrada!
O vazio das lembranças de ti!....
Do que carregastes no ventre e nos braços.
Apagam-se as luzes, não há mais brilho!
Tudo esquecido, o que é, não o que foi,
Nas somas o desinteresse, tudo zerou!
Nada restou, além de olhos que hoje,
Não olham mais, reclusos por querer!
"Não mais te elegem e, ao longo do corpo,
Caem inertes, num lamento silencioso,
Braços vazios de sonhos e esperancas."
Por deveres, não há direitos!...
Apenas a fé que te movimenta...
Das noites mal dormidas vidas e vidas
Em nome do amor, esse amor que hoje,
Te é negado! O silêncio a desilousão...
O som das dores que te acompanham,
As tantas rugas, os cabelos brancos!...
A impaciência que não foi tua, fere tu'alma,
Nem uma mão em tua direção, só a noite,
Palavras duras! A solidão, como último apego
A dignidade que teimas em preservar!...
O silêncio da espera, na lágrima que cai!...
O fim, única certeza,
É o que te resta...
Botucatu/SP
12/08/2014