SEDE

Dá-me vida, por favor,

sinto sede.

Sede cheia de saudades,

de lembranças

sem dores.

Sede de correr pela praia,

catar conchinhas,

como eu fazia antes...

Ah, Deus, como eu amava o mar.

A água salgada que era doce ao paladar

da minha alma;

andar pelos corais, pescando peixinhos coloridos,

sentir a maresia cantar nos meus ouvidos,

e os coqueiros a cantar Dorival Caymmi:

( Passar uma tarde Itapoã...)...

As ondas lambiam minhas pernas morenas,

e eu sabia, sim, eu sentia que era mulher!

Sinto sede de amar.

Amar e ser amada em frenesi e paixão.

Almas e corpos em simbiose,

Gotas minúsculas que me faziam sentir um oceano

de plenitude e realização.

Tanto tempo faz que " existo"...

Tenho sede,

Sede de viver!

Elisa Flor
Enviado por Elisa Flor em 10/03/2015
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