SEDE
Dá-me vida, por favor,
sinto sede.
Sede cheia de saudades,
de lembranças
sem dores.
Sede de correr pela praia,
catar conchinhas,
como eu fazia antes...
Ah, Deus, como eu amava o mar.
A água salgada que era doce ao paladar
da minha alma;
andar pelos corais, pescando peixinhos coloridos,
sentir a maresia cantar nos meus ouvidos,
e os coqueiros a cantar Dorival Caymmi:
( Passar uma tarde Itapoã...)...
As ondas lambiam minhas pernas morenas,
e eu sabia, sim, eu sentia que era mulher!
Sinto sede de amar.
Amar e ser amada em frenesi e paixão.
Almas e corpos em simbiose,
Gotas minúsculas que me faziam sentir um oceano
de plenitude e realização.
Tanto tempo faz que " existo"...
Tenho sede,
Sede de viver!