Vereda sob a sombra da palmeira

Há um fio d’água

Lutando contra o desmatamento

Agarrado a um último fio de esperança

Para se manter vivo

Sua última esperança é a mão do homem

A proteger ainda na sua infância

Plantando palmeiras e árvores

Para proteger a pequenas veredas do Sol escaldante

E da alta temperatura

Se não tiver ajuda do homem

Jamais terei maturidade

Como poderei ajudar

Fecundar os grãos

Nunca rodarei moinhos

Nunca passarei debaixo da ponte

Nunca vou matar a sede dos sedentos

E nenhuma canoa deslizara numa tentativa de ajuntar povos

Vai então negar-me

O desejo de atingir minha velhice

Ver meus cabelos brancos nas espumas das ondas flutuando nos ares

Tornar-me anônima

Perder meu nome de batismo em ser um simples rio

Para me tornar anônima no grandioso mar.

Faça meu sofrimento valer à pena

Nasci fraca, lutei e relutei

Brilhei com intensidade em meu sofrimento

Em alguns momentos me fiz prisioneira para salvar muitos

Então faça sua parte se achar que sou merecedora.

Budgo
Enviado por Budgo em 07/03/2015
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