Vereda sob a sombra da palmeira
Há um fio d’água
Lutando contra o desmatamento
Agarrado a um último fio de esperança
Para se manter vivo
Sua última esperança é a mão do homem
A proteger ainda na sua infância
Plantando palmeiras e árvores
Para proteger a pequenas veredas do Sol escaldante
E da alta temperatura
Se não tiver ajuda do homem
Jamais terei maturidade
Como poderei ajudar
Fecundar os grãos
Nunca rodarei moinhos
Nunca passarei debaixo da ponte
Nunca vou matar a sede dos sedentos
E nenhuma canoa deslizara numa tentativa de ajuntar povos
Vai então negar-me
O desejo de atingir minha velhice
Ver meus cabelos brancos nas espumas das ondas flutuando nos ares
Tornar-me anônima
Perder meu nome de batismo em ser um simples rio
Para me tornar anônima no grandioso mar.
Faça meu sofrimento valer à pena
Nasci fraca, lutei e relutei
Brilhei com intensidade em meu sofrimento
Em alguns momentos me fiz prisioneira para salvar muitos
Então faça sua parte se achar que sou merecedora.