Pensativa, na imensa reflexão
Rodeada de impassíveis ares
Estou refletindo os espelhos
As imagens de meu eu ativo
Da minha alma de paz inativa
Revejo meus heróis e homens
Juntos na mesma trilha minha
Longe de meu enlevos e juras
A lembrar da imensa distância
Sou a solitária filha do abismo
Envolta em vestes ricas únicas
Sentindo ao vento as súplicas
Do destino que sabota medos
Tem em mim algo que domino
E que mata-me ao organismo
Pressinto em esperança fugaz
Que nada resta e só disfarça!
Rezo aqui a oração sem falar
Sem ao menos elevar sorriso
Os outros já me amam felizes
E estou longe de seus sonhos
Dentro de mim bate temporais
Num coração de esperançosa
Andando ao reino dos jardins
E minha casa se torna mundo
Tenho na vida este amor uno
Que se divide em dois amores
E estou amarga como oceano
Doce igual uma cana indolente
Divido sombras neste caminhar
Entre pedras ou nenhum asfalto
Estou a sós nos dez mil sonhos
E hoje o Sol castiga a alvorada
Sou das que imaginam ventos
Das que renegam um temporal
Sou das muitas iludidas filhas
Das que ousam a fé desertora
Hei de seguir o horizonte morto
Um passo a cada fronteira má
Um passo a cada desventurar
Num desejo nos passos gentis...
Eu, Jú, de pijama após madrugada no computer...