É brabo o sofrer-se
O destino, meu destino, deveras a estrada, consorte da solidão
Estimo em ti o que sou, engrandecida, a decisiva eremita lúcida
Meu reino deste mundo é meu lar, a despesa de um coração só
Entregue ao fato de ser aquela que na hora solene sente a dôr
O caso de minha sina é um caso indefinido do denso verbo amar
E estou na estrada calma, desertora dos meus pés, enfim fardo
Espero de você esperanças, dolorida esperança, e nuvens fúteis
Meu ser angustia, desespera o frio deste deserto, numa geleira!
Solidão que convoca batalhões de temores, frágeis sentimentos
E fico a sós na morte da ventania que traz emoções, e direções!
Me dê a certeza que jamais desmorona, a antiga paixão esquiva
O meu desamor agora espera a chama, desaquecimento insone!
Sou a tua, a vossa, e aquela tímida santa, o tudo que perdeu-se
Esperarei num umbral de minha casa sem paredes, sem telhados
Minhas vestes o avisarão de que sou azul, desarmada de fetiches
Desolada por um tempo distante, já distante, ao abrigo do gêlo!
Serei tua luz nessa neblina que queres encontrar, juntinho a mim
Um fogão zelando pela mecha aquecerá seu lanche ou eu rezarei
Se estiveres faminto te darei um pão, mas de mim nada alimento
Meu coração há muito esqueceu a fome de cardíacos sentimentos
Estou a braços cruzados no elemento hostil dessa solidão antiga
Peço-te que leve de mim a verdade de sermos poucos lembrados
Sozinha, e aturdida e lacrimejantemente infeliz é a minha indecisão
Te quero a sabedoria do aventureiro que enfim me dará paixão...