O silêncio é a dor da alma
I
Não ouvimos nada...
Senão um grito interno
que por dentro ensurdece
e que te rasga.
II
Mas no rosto paira a calma...
E os olhos que gritam o vazio triste,
deleitam-se no tênue limite
de estar sempre em pranto,
e estar em calma.
III
Morremos dentro de nós mesmos,
ficamos constantemente presos;
fingimos o riso,
que somos só risos!,
quando no fundo, somos apenas
enterro.
Medo.
Perigo... ?
IV
Ah, meu amor... Meu amigo.
-silêncio-
Me intrigo.
Só queria ouvir
o que poderia me ser dito.
V
Vou indo, me distanciando,
quem sabe em algum ponto
eu ganho, ou perco meu engano...
Quem sabe eu mais amo
Ou dês-amo.
VI
Ah... Diga-me qualquer coisa!,
só não me deixe com o nada...
O silêncio pode ser tudo,
o silêncio pode ser um mundo,
-escandalosamente mudo-
mas pode ser também
tão nada...
O silêncio é a dor da alma.