Naquela noite
Naquela noite houve um fim
Um adeus se misturando ao sereno
Vi indo embora um pedaço de mim
Sequer um olhar e tampouco aceno
Naquela noite o silêncio nasceu
E prometeu não mais falar
Calou tudo o que era meu e teu
E a alma deixou de brilhar
Naquela noite só restou solidão
Um caminhar vazio sem rumo
Passos dados errantes, sem chão
E a razão perdendo seu prumo
Naquela noite sonhos não houveram
E nenhum pesadelo a me torturar
Ainda assim muitas dores vieram
Em minha companhia resolveram ficar
Naquela noite se impôs o destino
Sem aviso ou pedido de licença
Levou tudo menos o desatino
E deixou o abandono como sentença
Naquela noite... noite igual não há de existir
Nunca mais o pranto será letrado
Não haverei de poetizar nem persistir
No tempo que deve por si só, ser trilhado