A CASA VAZIA CHEIA DE PESSOAS AUSENTES

I

Vejo a casa vazia e fechada,

O seu dono ausente, distante...

A poeira acumulada nos móveis,

Os cachorros brincando entre si,

A pia repleta de louças sujas –

Quem há de lavá-las sem reclamar?

II

Vejo a mesa – Mesa?

Se parece mais com o guarda-roupa!

Vejo o sofá – Sofá?

Se parece mais com um cabide!

Na casa há gente como se não houvesse...

Aqui dentro o vazio é maior;

É cheio de lacunas sem preenchimento,

Como a vassoura esquecida atrás da porta!

III

Vejo a casa vazia cheio de pessoas ausentes;

Vejo o seu vazio perdido na poeira;

Vejo o nada onde nós estamos –

O mato que nos cerca, é apenas mato...

Já não há mais árvores com folhas,

Tudo é ausência no vazio existente...

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 24/01/2015
Código do texto: T5112565
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