A CASA VAZIA CHEIA DE PESSOAS AUSENTES
I
Vejo a casa vazia e fechada,
O seu dono ausente, distante...
A poeira acumulada nos móveis,
Os cachorros brincando entre si,
A pia repleta de louças sujas –
Quem há de lavá-las sem reclamar?
II
Vejo a mesa – Mesa?
Se parece mais com o guarda-roupa!
Vejo o sofá – Sofá?
Se parece mais com um cabide!
Na casa há gente como se não houvesse...
Aqui dentro o vazio é maior;
É cheio de lacunas sem preenchimento,
Como a vassoura esquecida atrás da porta!
III
Vejo a casa vazia cheio de pessoas ausentes;
Vejo o seu vazio perdido na poeira;
Vejo o nada onde nós estamos –
O mato que nos cerca, é apenas mato...
Já não há mais árvores com folhas,
Tudo é ausência no vazio existente...