Sobre o Poço
E um dia, terei eu, quem sabe,
uma casa pequenina.
Assim... cor da paz alvinha.
E a casa trará consigo um poço.
Em volta do poço, relva verdinha!
E flores pequeninas a baterem palminhas...
Para o poço!
E repousará, ao lado do poço,
numa velha corda, um velho baldinho.
Que nos seus tempos idos,
já foi balancinho!
Gosto de poço.
Gosto das paredes do poço.
Estão repletas de casulos abandonados.
Poços vomita-dores de cores
De lá, por várias vezes...
Já vi saírem lindas borboletas
Bem... Eu ainda não tenho a tal casinha.
Mas hei de perguntar, antes de tê-la:
- Esta casinha, cor da paz alvinha,
traz consigo um poço?
Sobre o balde, nem preciso eu perguntar.
Onde há um poço,
há sempre um balde que já foi balancinho.
É que, na maioria das vezes,
ele está "camuflado" de vasinho.
E nos traz sempre muitas flores!
Karla Mello
22 de Janeiro de 2015