As cinco da tarde
São quase cinco da tarde
horário de verão
e já esta tudo escuro.
Eu sinto saudades,
dor - eu sinto um mundo.
Um mundo vivo - sem vida -
um mundo que grita
e não ha ouvidos.
Correntes e pesos que arrasto
por anos e anos tantos.
Deixam em mim
mais que um rastro:
deixam em mim
um silencioso pranto.
Esse mundo arde,
queima, suplica e então
esfria.
Depois das cinco da tarde
tudo cresce e vive,
inclusive o que eu não sabia
que tinha vida.
O vento sopra,
o crepúsculo vem,
o sol se parte.
Meu olhos ardem...
Já são cinco da tarde.