UMA PAIXÃO ABSTRATA NAS CADEIAS DA SOLIDÃO

O meu coração se perde na imensidão da dúvida,

E melancólico, tento descobrir porque o destino é tão cruel.

Caminho por estradas tortuosas com uma contida súplica,

Me sustentando nas dores e no amargo do fel.

Vejo, em outros jardins, plantadas as minhas flores,

Perpetuando a tristeza e me aprisionando nas cadeias da agonia.

Fazendo-me viver num mundo sem cores,

Vagando sobre a poeira seca de um existir sem alegria.

A minha existência se agarra à frágeis esperanças,

Companheiras enfraquecidas pela fria ilusão

E contemplo ao longe, a essência de uma abstrata paixão.

Amor que se distancia, se perdendo num vagar sem bonança,

E com o coração alquebrado, caminho envolto a dor,

Acompanhado pela companheira fiel, a nobre solidão.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 12/01/2015
Código do texto: T5099223
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