UMA PAIXÃO ABSTRATA NAS CADEIAS DA SOLIDÃO
O meu coração se perde na imensidão da dúvida,
E melancólico, tento descobrir porque o destino é tão cruel.
Caminho por estradas tortuosas com uma contida súplica,
Me sustentando nas dores e no amargo do fel.
Vejo, em outros jardins, plantadas as minhas flores,
Perpetuando a tristeza e me aprisionando nas cadeias da agonia.
Fazendo-me viver num mundo sem cores,
Vagando sobre a poeira seca de um existir sem alegria.
A minha existência se agarra à frágeis esperanças,
Companheiras enfraquecidas pela fria ilusão
E contemplo ao longe, a essência de uma abstrata paixão.
Amor que se distancia, se perdendo num vagar sem bonança,
E com o coração alquebrado, caminho envolto a dor,
Acompanhado pela companheira fiel, a nobre solidão.