Prestação de contas
Passávamos livres e inertes pela sentença
Certa e ingrata e até certo modo
Cheia da graça do tempo rabiscado
O que jamais fará diferença...
Não há escolhas!
As folhas já caíram aos nossos pés
Os dias continuam assim
E ao invés de gritarmos,
Silenciamo-nos.
Ouviremos juntos os sons do silêncio
O murmúrio dos espectros mortos que vivemos
Dos dias que não fomos felizes
Das presenças que nos esquecemos
Perdoem-me, pois!
Não era assim que queria
Não era essa a covardia
Não era com essa força que lhes abraçaria
Perdoem-me!
Falarei baixinho o resto
Não é preciso mais que isso
Já tem a certeza de que não presto.