As teias do futuro de uma ilusão
Um dia, eu li que o poeta se viu perdido numa teia de sonhos, na qual se perdia e não a encontrava. Ele dizia que, numa noite, enquanto as lembranças lhe embriagavam os sentidos, lembrou-se dos tempos idos - que estiveram distantes pelo tempo, pelo espaço, pela memória, pela história que não escreveram e por recordações que não tiveram! - num mundo imaginário quando aquele tempo cristalizava as lembranças das carícias amigas, o entrelaçar de uma união... Suas palavras soavam como um lamento de solidão. Não demorou, e uma lágrima na escuridão marcou o solo fértil da imaginação silenciosa dos amantes. E o sereno poeta nem imaginava que suas linhas redesenhavam a teia de alguém que, por descuido, aprisionava o futuro de uma ilusão.