E se for amor?
A tristeza do poeta, tão grande conhecida, não pode ser amparada com água no rosto nem com a calma trazida pela brisa.
Tristeza de tantos anos por amores mal amados. Por lembranças esquecidas de amigos abandonados.
Oh, sina maldita! De quem do amor soube falar, cantar e até poetizar...! Mas, ao fim de cada dia, rola uma lágrima do rosto de tristeza e agonia. A verdade de quem nunca soube amar.
Os dias passam rápidos e o tempo não espera. Velho e só fica o poeta. Nem a passagem das inúmeras paixões o faz despertar. A verdade é que ele tem medo mesmo é de amar.
Pois amor dói, e essa dor é mais forte que o tempo. Nem Deus pode curar a dor que vem de dentro.
Nos hiatos, tão largos de pensamentos, vão as palavras o poeta encontrar. Mas amor vazio não tem voz, não tem nada. É um carrasco algoz.
Quem consegue viver assim sem amor por ti ou por mim? Recordações fazem chorar a alma do poeta que não sabe amar. Desilusão, ou amor traído, até o tempo pode consolar, mas quem pode iluminar a alma de quem não sabe amar?