À TUA SANGRIA

Quisera um dia retomasse a vida minha

E dentre os ruídos calasse a voz manhosa tua

Dissesse-te que foi minha tamanha agonia

Como o sol que arde no lombo dos andantes da rua

Quisera meu peito velasse a sós o que tanto sentia

E não deixasse minha alma descoberta e nua

Ou que fugisse de mim teu sorriso que fingia

E fosse teu ego pra marte e meu amor pra lua

Antes liberto do tombo e de ti precavido

Não seria agora este homem túmulo

Teria inda vida que havia vivido

Ou quem sabe se o coração hoje partido

Tornasse canonizado como homúnculo

Haveria prazer tal desgosto ardido.

Diogo Acrizio
Enviado por Diogo Acrizio em 18/12/2014
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