Na ausência de um bem querer
Tá faltando alguma coisa
Para enfeitar o meu rancho
Quando chega o fim da tarde...
P’ra chimarrear comigo
Espantar esta tristeza
Que em meu peito faz alarde.
Já busquei água no poço
Cortei lenha e fiz fogo
P’ra esperar a minha amada.
Se ela não vier de novo
Alguém vai ouvir o choro
De um violão na madrugada.
Tem uma rede na varanda
Para embalar nosso sono
Em uma noite de lua.
Ouço o estalar da cancela
Vou correndo até a janela
E vejo a imagem tua.
Meu rancho já não é mais triste
Solidão não mais existe
E a noite já tomou conta
E na quincha esverdeada
A coruja canta um verso
P’ra escuridão que reponta.
E os grilos com sua orquestra
Fazem um barulho de festa
Com as luzes dos pirilampos.
A piscarem noite à dentro
Como a iluminar meu sonho
Na solidão destes campos.