Efêmero Eu
Quando tu chegares
Que traga-me a tua alegria
Pois que ando eu tão só em mim
Que valer-me-ia apenas ter-te ao chegares.
Eis que o teu sorriso, meu amor
Ilumina a minha pouca luz.
Ecoa luz e traz-me de volta
A ti.
Não sou tua.
Nem sou minha.
Sou qualquer coisa
Que habita entre o que visto eu
E a minha pele.
Estranha e só.
Ferida que não sara.
Grito que não cala.
Não paro nunca.
E ando eu tão cansada.
Os passantes enxergam pouco
De mim.
Apenas quando me vêm passar.
Tu o sabes!
Efêmera fumaça sou.
Quando tu chegares
Traga-me contigo.
Fumaça efêmera:
Traga-me.
Trazei o meu descanso
Desejoso fim.
Karla Mello
09 de Dezembro de 2014