EU MESMO !

Gritei comigo mesmo, esbofeteei a verdade

e escondi o seu rosto com um manto negro,

apaguei as luzes e fiquei absorto a sentir-te,

a procurar por ti, apalpei o meu corpo,

deslizando os meus dedos úmidos nas partes

que mais proclamavam o teu nome,

e senti a dor de quem se ama só!

E num estrondo tal uma porta que fecha

com a corrente de ar, o meu olhar se abriu

para um novo mundo, me senti vazio de ti,

livre de dores e falhas continuas,

abracei a única pessoa digna deste sentir luminoso,

a que nunca me abandonou e que me aceitou

longe de ti por algum tempo...

Eu mesmo !