POEMA - 02

A TUA IMAGEM vejo sumir diante de mim –

Não só agora, ela desaparece todas as manhãs!

Os dias me são úmidos e sombrios...

O que de bom me resta é só uma vaga lembrança

Das palavras que dizíamos sobre o amor!

Já não tenho para onde olhar;

Já não crio mais versos elaborados;

Já não há mais pensamentos amáveis

Que me faça nutri-los como obrigação...

As tardes que eram amorosas,

Ficou num único tom cinzento –

Um cinza-morte a me espreitar!

Aqui estou neste tempo que passa;

Aqui posso esquecer-te algumas vezes,

Ouvindo o ruído da insensatez incompreensiva;

Ouvindo o instante em que tudo se cala,

Aproveitando os momentos existentes –

Escutem-me, vou falar um pouco de solidão...!

Os que não a podem ouvir são os que mais a temem!

Ah! Quando eu te amava tudo era belo...

Ai, hoje o tempo me é cruel e irônico...

A malícia zomba da minha compaixão –

Que importa? Onde encontrar o riso?

O espírito da ilusão zomba de mim...

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 24/11/2014
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