Do Alpendre ao Eremitério

A sós

Em pensamento

Em arguto viver

no saber em sendas

caminhante

maltrapilho

rompante de vestes

e demais descalço

Cerceado pelo mundo

O sombrio dos homens

Entre feras humanas

Guerras ao longe...

E ele a sós em si

Vibra a nota da vida

Solitária sobrevida

Anda ao mundo manto

em procura de caverna

em procura de casa

vazia moradia de alma

encostado ao sonhar

de não estar sozinho

e prefere o desafio...

Revela o rosto hirsuto

embalado antigo véu

lutando ao clima vão

bravo emperdenido

Senhor de seu tempo

agora nada lamenta

E é eremita consciente

Sabe ir e deixa vazios

seus pés calçam pegadas

seu corpo é atormentado

sua súplica esmorece surda

tem a santidade clareada

sabe fugir dos homens

E de nada alimenta a fome!

Na sua desventura fraca

escapa para altares montanhosos

cresce em pensamento imenso

faz de si a mente que reflete-se

agiganta o cerne de sua filosofia

E agora está longe de nós...

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 21/11/2014
Reeditado em 21/11/2014
Código do texto: T5043556
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