Do Alpendre ao Eremitério
A sós
Em pensamento
Em arguto viver
no saber em sendas
caminhante
maltrapilho
rompante de vestes
e demais descalço
Cerceado pelo mundo
O sombrio dos homens
Entre feras humanas
Guerras ao longe...
E ele a sós em si
Vibra a nota da vida
Solitária sobrevida
Anda ao mundo manto
em procura de caverna
em procura de casa
vazia moradia de alma
encostado ao sonhar
de não estar sozinho
e prefere o desafio...
Revela o rosto hirsuto
embalado antigo véu
lutando ao clima vão
bravo emperdenido
Senhor de seu tempo
agora nada lamenta
E é eremita consciente
Sabe ir e deixa vazios
seus pés calçam pegadas
seu corpo é atormentado
sua súplica esmorece surda
tem a santidade clareada
sabe fugir dos homens
E de nada alimenta a fome!
Na sua desventura fraca
escapa para altares montanhosos
cresce em pensamento imenso
faz de si a mente que reflete-se
agiganta o cerne de sua filosofia
E agora está longe de nós...