Emoldurado
Emoldurei a chama do amor que fomos.
Tão frágil foi... e guardei o rompante
Nas paredes frias da tela do que somos hoje.
Um rompante e fracionou-me inteira.
Sento-me no sofá que guarda-nos.
Que talvez nos aguarde mais uma única vez - quem sabe...
E sinto-o singrar pelos poros.
São dois olhos a mais...
A contemplar tão previsível adeus.
Olhos que lamentam o breve amor emoldurado.
Em branco e preto, sem mais.
Karla Mello
20 de Novembro de 2014