Fosco

Não posso dizer

que vivo como sonhava

nem como almejei

por uma vida inteira,

que apesar de curta

foi o suficiente

para planejar

cada um dos passos

que nunca dei

e cada um dos sonhos

que jamais consegui

sonhar.

Hoje

quando a lua colocou-se

entre mim e o universo

e reparei que o lado

que fazia face para mim

não refletia mais

o brilho de meus olhos;

não por defeito dela

e sim por serem ambos foscos

que entendi

que tudo um dia morre

e esse dia, um dia chega

assim como chegou

para mim.

E o amanhã

é indiferente

pois não o vejo

quando procuro solução.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 18/11/2014
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